quarta-feira, 24 de abril de 2019

SÁBADO


 Em Colossenses 2:16-17, o Apóstolo Paulo declarou: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”. Da mesma forma, Romanos 14:5 diz: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente”. Essas passagens deixam bem claro que, para o Cristão, guardar o Sábado é uma questão de liberdade espiritual, não um mandamento de Deus. Guardar o Sábado é um assunto sobre o qual a Palavra de Deus nos diz para não julgarmos uns aos outros. Guardar o Sábado é uma questão que cada Cristão deve estar convencido em sua própria mente. 

Nos primeiros capítulos do livro de Atos, os primeiros Cristãos eram predominante judeus. Quando gentios começaram a receber o dom da salvação através de Jesus Cristo, os Cristãos judeus tinham um dilema: quais aspectos da Lei Mosaica e tradição israelita os Cristãos gentios deveriam ser instruídos a obedecer? Os apóstolos se reuniram e discutiram sobre o assunto no conselho de Jerusalém (Atos 15). A decisão foi: “Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue” (Atos 15:19-20). Guardar o Sábado não era um dos mandamentos que os apóstolos julgaram ser necessário reforçar aos crentes gentios. É inconcebível que os apóstolos iriam deixar de incluir o guardar o Sábado se esse ainda fosse uma ordenança de Deus para os Cristãos. 

Um erro comum no debate de guardar o Sábado é o conceito de que o Sábado era o dia de louvor. Grupos como os Adventistas do Sétimo Dia defendem a idéia de que Deus exige que o culto da igreja seja no Sábado, o dia santo. Não é isso que o mandamento do Sábado era. O mandamento do Sábado era para não trabalhar naquela dia (Êxodo 20:8-11). Em nenhum lugar das Escrituras o sábado era para ser um dia de louvor. Sim, judeus no Velho Testamento, Novo Testamento e tempos modernos usam o sábado como um dia de louvor, mas essa não é a essência do mandamento do Sábado. No livro de Atos, quando uma reunião está acontecendo no dia de sábado, é uma reunião dos judeus, não dos Cristãos. 

Quando os primeiros Cristãos se reuniam? Atos 2:46-47 nos dá a resposta: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. Se tinha um dia que os Cristãos se reuniam regularmente era o primeiro dia da semana (nosso domingo), não no dia de sábado (Atos 20:7; 1 Coríntios 16:2). Em homenagem à ressurreição de Cristo no domingo, os primeiros Cristãos observaram o domingo, não como o “sábado Cristão”, mas como um dia para louvar e glorificar a Jesus Cristo de uma forma especial. 

Há algo errado em louvar no sábado? Claro que não! Devemos louvar a Deus todos os dias, não só no sábado ou domingo! Muitas igrejas de hoje têm cultos no sábado e domingo. Há liberdade em Cristo (Romanos 8:21; 2 Coríntios 3:17; Gálatas 5:1). Um Cristão deve praticar guardar o sábado, quer dizer, não trabalhar nos sábados? Se um Cristão acha que deve fazer isso, absolutamente, sim (Romanos 14:5). No entanto, aqueles que escolhem guardar o sábado não devem julgar aqueles que não guardam o sábado (Colossenses 2:16). Além disso, aqueles que não guardam o sábado devem evitar ser uma pedra de tropeço (1 Coríntios 8:9) para aqueles que guardam o sábado. Gálatas 3:13-15 resume bem esse assunto: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos”.


 No novo concerto, sob qual estamos (Hb. 8:6), não existe mandamento para guardar o Sábado embora encontremos todos os outros do decálogo. 
Leiamos:

“Perguntou-lhe ele: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás; não adulterarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe; e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se quereres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me. Mas o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste; porque possuía muitos bens” (Mt.19:18-22).

É evidente que, na opinião dos sabatistas, uma das mais importantes doutrinas é a da guarda do Sábado. Se realmente fosse tão importante a guarda sabática, então seguramente teria de haver menção do mandamento no Novo Testamento. Entretanto, todos os outros mandamentos do decálogo são repetidos muitas vezes, porém o fato é que não encontramos o mandamento sobre o Sábado no Novo Testamento nem sequer uma vez. No caso do jovem rico, Jesus enumerou a maioria dos mandamentos, mas deixou de fora o mandamento sobre o sétimo dia. O grande questionamento seria o porquê o Novo Testamento, que cita todos os demais mandamentos do decálogo, não explicita a questão da guarda sabática.

O apóstolo Paulo era apóstolo dos gentios, mas nunca ensinou ninguém a ficar guardando dias. Muito pelo contrário, ele afirmou que se alguém ficar guardando dias o evangelho da graça é inútil para essa pessoa:

“Guardais dias (no caso o Sábado), e meses, e tempos, e anos. Temo a vosso respeito não haja eu trabalhado em vão entre vós… Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça decaístes”.
(Gl.4:10-11; 5:4). {Grifo meu)

O apóstolo Paulo da uma dura repreensão para estas pessoas que condenam os seus irmãos: 

“Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é o Senhor para o firmar. Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente” (Rm.14:4-5).
“Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes o seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão”
(Rm.14:13). 


“Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo” (Cl.2:16-17).
Para fugir à evidência de Cl.2:16-17, onde Paulo se refere ao Sábado semanal como integrante das coisas passageiras da Lei que terminaram com a morte de Cristo na cruz, os adventistas costumam argumentar que a palavra “Sábado” não se refere ao sábado semanal, mas aos anuais ou cerimoniais de Lv.23. O que não é verdade, pois os sábados anuais ou cerimoniais já estão incluídos na expressão “dias de festa”. Esta indicação mostra positivamente que a palavra SABBATON, como é usada em Cl.2:16, não pode se referir aos sábados festivos, anuais ou cerimoniais. Sendo assim é difícil para os Adventistas sustentar a sua doutrina sabática, desde que temos visto que o Sábado pode legitimamente ser tido como “sombra” ou símbolo preparatório de bênçãos espirituais e não dogmas legalistas

Não foi ordenado por Jesus ou pelos apóstolos que se continuasse a guardar o sábado no Novo Testamento, pois os gentios que iam se convertendo ao evangelho não tinham os mesmos costumes religiosos que os judeus.
Guardar o sábado no Novo Testamento, assim como a circuncisão ou outras cerimônias religiosas judaicas, seria como um impedimento que dificultaria a conversão dos gentios (At 15:28).

Logo, não que a Palavra de Deus se adaptou aos gentios, mas sim que o Novo Pacto feito pelo nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo eliminou certos costumes religiosos judaicos, focando mais na integridade da vida espiritual do que na vida de práticas religiosas em si.
Em comparação da não necessidade de se guardar o sábado no Novo Testamento, não temos também a necessidade de se privar de comer carne de porco, por exemplo, porque os israelitas não podiam comer dela e dentre outros tipos de carne; mas não podiam por causa de sua religião, conforme Deus lhes havia ordenado (Dt 14:6-10).
Embora no Antigo Pacto os judeus, ou os convertidos ao judaísmo, não podiam comer certos tipos de carne de animais, veja o que Paulo escreve para os gentios que converteram-se ao cristianismo/Novo Pacto.
Como visto acima, não fazia sentido permanecer com os mandamentos a respeito da privação de certos alimentos do Antigo Pacto para os gentios
“Um crê que pode comer de tudo, e outro, cuja fé é fraca, come somente alimentos vegetais.
Aquele que come de tudo não deve menosprezar o que não come, e quem não come de tudo não deve condenar quem come; pois Deus o aceitou.” (Romanos 14:2,3)
Comei de tudo o que se vende no matadouro, não perguntando pela procedência, por causa da consciência;
porque a terra é do Senhor, e toda a sua plenitude.
Se algum descrente vos convidar para uma festa e quiserdes ir, comei de tudo o que se puser diante de vós, não perguntando nada, por causa da consciência.
Mas, se algum homem vos disser: Isto foi oferecido em sacrifício aos ídolos; não comais, por causa daquele que vos avisou e por causa da consciência; porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude; (1 Coríntios 10:25-28 KJF)
Como vemos no texto acima, os cristãos de hoje em dia não precisam se privar de comer carne de porco, carré, bacon, linguiça de porco, etc.
assim como a circuncisão (At 15Cl 2:11) e como a guarda do sábado no Novo Testamento (shabat), as festas religiosas, dentre outros (Cl 2:16), visto que não somos purificados/salvos pela comida, lei mosaica ou práticas religiosas, mas sim pela fé e pela Palavra de Cristo.
Mas cremos que pela graça do Senhor Jesus Cristo nós seremos salvos, como eles também. Atos 15:11
Como Paulo disse em vários textos de suas cartas, eu torno a repetir aqui: as cerimônias religiosas do Antigo Pacto não eram mais exigidas aos gentios cristãos porque todas elas faziam alguma referência à vida de Cristo (eram sombra das coisas futuras – Cl 2:16-17), eram para confirmar que Ele é o Messias e para nos servir de comparação com realidades espirituais que Cristo nos trouxe.







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